25/11/2024
A gestão de estoque de peças MRO (manutenção, reparo e operação) é um grande desafio para empresas intensivas em ativos, como a indústria e grandes parques de máquinas.
A falta de uma metodologia específica para lidar com a complexidade deste tipo de operação, com baixo giro, dados dispersos, incompletos ou inconsistentes de centenas de milhares de itens e mudanças repentinas na tecnologia dos equipamentos potencializam tais desafios.
Outros desafios operacionais na gestão dos estoques de MRO ocorrem devido aos objetivos desalinhados entre as equipes de compras e manutenção. As equipes de compras enfrentam pressões constantes para controlar os custos, enquanto as equipes de manutenção desejam minimizar o risco de paralisação da produção com níveis mais altos de estoque. Frequentemente, essa queda de braço de objetivos antagônicos acaba criando mais complicações para gestão eficiente.
Os resultados de uma gestão ineficaz levam as companhias a terem problemas com excesso de estoque, falta de visibilidade, baixo nível de serviço e risco de indisponibilidade dos ativos por falta de peças.
A alta liderança precisa entender a gestão de peças MRO como uma função vital dentro da organização e não somente uma área acessória para promover um ambiente de oportunidades.
Destacamos 5 dicas para ajudar a sua empresa a promover uma governança efetiva de materiais sobressalentes.
1 – Patrocínio da alta liderança
O primeiro passo é envolver seus executivos para uma integração estratégica das áreas de manutenção, planejamento e compras. Sem um forte apoio da liderança, os esforços de otimização do estoque MRO muitas vezes têm dificuldade em ganhar tração, prejudicando a eficiência e aumentando os custos.
Quando as organizações integram a gestão estratégica de MRO em seus processos principais, começam a ver os fornecedores cumprindo os contratos, os gastos diminuem, as necessidades de manutenção são atendidas de forma proativa e o tempo de indisponibilidade é reduzido.
2 – Desenvolvimento de uma política de estoques de peças MRO
Desenvolva uma política de estoques de peças MRO que se integre com suas iniciativas corporativas.
Definas as regras de negócio e estabeleça parâmetros para classificar os itens estocáveis ou não, consumo recorrente ou não, criticidade, regras para obsolescência e níveis de estoque mínimo e máximo.
A política será o documento que vai lastrear todas as diretrizes operacionais no curto, médio e longo prazo.
3 – Tomada de decisão baseada em dados
É fundamental que a tomada de decisão seja baseada em dados sólidos para uma gestão eficaz de MRO. No entanto, é um pesadelo quando os dados de estoque estão dispersos em vários sistemas e em formatos diferentes. Apenas agregar esses dados para iniciar uma análise pode levar meses, resultando em decisões equivocadas baseadas em informações desatualizadas.
A extração manual de dados de sistemas ERP/EAM e sua manipulação em planilhas frequentemente causam inconsistências que complicam a tomada de decisões e restringem a colaboração eficaz entre áreas corporativas. Mas isso pode ser evitado quando as equipes têm dados essenciais sobre os níveis de estoque, previsões de demanda e cronogramas de manutenção para tomar decisões informadas.
A utilização de um software especializado em otimização de estoques é vital para conseguir executar todas as correlações necessárias.
4 – Opte pela manutenção preventiva
Quando as empresas adotam uma cultura de manutenção preventiva em vez de manutenção reativa, elas descobrem novos benefícios operacionais. A manutenção preventiva ajuda as empresas a identificarem e resolver potenciais falhas de equipamentos antes que se tornem problemas maiores. Sendo proativas, as empresas podem reduzir o tempo de inatividade da produção (e os custos relacionados) e prolongar a vida útil das máquinas.
A transposição dos planos de manutenção preventiva são um input importante para ter uma política de estoques mais eficaz.
5 – Melhorar a colaboração entre áreas de negócio
Superar conflitos entre áreas corporativas é um objetivo-chave para alcançar maiores eficiências na gestão de peças. As equipes de manutenção priorizam a minimização do tempo de inatividade por meio de estoques maiores, enquanto o setor de compras busca eficiência de custos com níveis de estoque mais baixos. Esse conflito leva a disputas sobre a gestão de estoque.
Ao melhorar a colaboração, as empresas logo verão benefícios como a sincronização das necessidades de estoque com as estratégias de manutenção, equilibrando objetivos operacionais e financeiros. O alinhamento entre as áreas quebra barreiras, aumenta a transparência e constrói um compromisso e objetivo comum através da excelência operacional. O uso eficiente dos recursos, a redução de riscos e a melhoria na tomada de decisões resultam no sucesso geral do negócio e na sustentabilidade.
Autor : Rodrigo Menezes – Diretor Comercial | MRO Ativa